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27 de dez. de 2009

Antestor - The Forsaken (2005)

Postado por André Magalhães.


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Depois de diversas reformulações em seu line-up desde o primórdio de seu surgimento, em 1990, e transformações musicais, os noruegueses do Antestor lançaram, em 2005, o álbum The Forsaken que mostra um black metal melódico em que a composição harmônica mistura vigor e agressividade unida em perfeito sincretismo a vários elementos como riffs heavy metal, suaves melodias acústicas e vocais femininos. O resultado foi um excelente CD que destaca principalmente o trabalho das guitarras com oportunas mudanças e retomadas rítmicas recheadas de solos, a emoção mordaz dos vocais de Vrede e a participação de um convidado especial, ninguém mais, ninguém menos do que o baterista Hellhammer.

Cada uma de suas faixas tem uma identidade bem própria e traços distintos e foram pensadas e dispostas estrategicamente, de modo que após uma seqüência de musicas predominantemente pesadas, essas são intercaladas por tranqüilas faixas instrumentais, como “Raade” e “Mitt Hjerte”, a quarta e a décima faixa, reciprocamente.

Uma das primeiras coisas que se percebe ao escutar o The Forsaken é a dualidade sonora e conceitual que essa banda cristã explora, por começar pela capa que é a continuação da arte do EP Det Tapte Liv (2004). Ambas justapostas formam um único quadro apresentando um cortejo fúnebre em meio a um ambiente noturno e gélido, numa mistura de trevas e luz, representadas pela lúgubre figura da morte que entrega uma criança a um anjo apontando seu dedo para o céu. Essas capas através de uma contraposição de elementos e cores, abrem espaço para várias interpretações, como a de, por exemplo, diferentes tipos de forças que se encontram numa mesma situação.

Isso também pode se relacionar às composições que giram em torno de temas como reflexões e críticas sobre situações e atos humanos. Em muitas dessas músicas, a impressão que se tem é que os caras apontam o dedo na cara de algumas pessoas e falam ‘olha o que você fez, olha o que você está fazendo’. E logo nas duas primeiras faixas tais pontos são colocados em cheque. “Rites of Death” traz uma reprovação aos cientistas, ‘reles’ mortais, que “pretendem assumir” o papel de Deus, quanto à criação da vida. Com essa música que começa com o doce vocal de Ann-Mari Edvardsen e abre espaço para a veloz bateria de Hellhammer e toda a agressividade sonora e vocal tipicamente black metal, é possível nos lembrar de questões como célula-tronco e clonagem, assuntos que estavam em voga no período de produção deste CD.

Já a fúria áspera, após o começo acústico de “Old Times Cruelty”, induz a um mergulho num passado repleto por maldades de alguém que hoje se vê aprisionado pelas conseqüências e lembranças de seus atos. “Da crueldade do passado/ o passado te assombra/ .../ O arrependimento de todas as ações que você já fez/ virou as costas pra você/ Os demônios do passado assombram sua alma/ Caminhe pelos corredores do seu passado/ Sinta a maldade, como uma chicotada”. Aqui passado e presente, causa e consequencia, fazem parte de um único todo e se misturam em uma mesma circunstância.

Já “Via Dolorosa”, uma das melhores músicas do álbum, manda um ‘de que você é digno?’ envolvida a um intenso sentimento a respeito de alguém que se sente ‘sem lugar’ no mundo e que despreza a sordidez do que e de quem está a sua volta. Essa é uma música forte e simultaneamente dramática, com uma extraordinária mudança de andamento que deságua em um refrão com um ritmo especialmente determinado pela melodia bem construída de guitarra. Essa faixa junto com “As I Die”, outra que se destaca, ajudam a esclarecer o significado contido no nome The Forsaken (O abandonado, perdido).

Esse CD também tem ótimos momentos garantidos por faixas como “Betrayed” que mostra um lado musical mais sinfônico e é possível se lembrar do vocal de Shagrath (Dimmu Borgir) e “Vale Of Tears” com seu lugar de importância na segunda metade do CD por revelar uma densa sonoridade, uma levada lancinante, embalada a um poderoso trabalho instrumental.

O black metal apresentado pelos caras do Antestor – Vrede (Vocal), Vemod (Guitarra), Gard (Baixo) e Sygmoon (Teclado) – se diferenciou daquele apresentado por muitas bandas do mesmo estilo que ainda insistem em fazer um álbum com todas as suas músicas semelhantes. The Forsaken consegue envolver de forma competente uma pluralidade musical, ritmo pujante e letras com abordagens coerentes e inteligentes sem destoar de uma proposta de cunho extremo e diversificado. Por - MetalClub

Conheça a banda:
Myspace

TrackList:
1. Rites of Death
2. Old Times Cruelty
3. Via Dolorosa
4. Raade
5. The Crown I Carry
6. Betrayed
7. Vale of Tears
8. The Return
9. As I Die
10. Mitt Hjerte

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